Terça-feira é dia de Destaques do PPG-ANS, apresentando a publicação 'Tecnologias sociais e de comunicação como recursos educacionais em alimentação'. Trata-se de coletânea organizada por pesquisadores vinculadas à Rede Latino-Americana de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Lassan), dentre eles a professora Fabiana Kraemer e Fávia Campos, egressa do PPG-ANS, com financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação/ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (MCTIC/CNPq) e apoio do Laboratório Digital de Educação Alimentar e Humanidades (Ladige) e Núcleo de Estudos sobre Cultura e Alimentação (Nectar), ambos parceiros da Rede Ibero-Americana de Pesquisa Qualitativa em Alimentação e Sociedade (Rede Naus). Reúne pesquisadores de várias áreas e países para discutir sobre Tecnologias Sociais na temática de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional e Direito Humano à Alimentação Adequada com articulações entre prática e teoria. A coletânea dá visibilidade a perspectivas éticas e pedagógicas que possam promover a inclusão social através de processo democrático e participativo. O escopo prevê abordagens problematizadoras e questionadoras de discursos e de produção de verdades que naturalizam padrões de comportamento saudável e congelam a criatividade do pensar os impasses e desafios que experimentamos na vida como ela é.
Referência: Carvalho MC, Campos FM,Kraemer FB (Org). Tecnologias sociais e de comunicação como recursos educacionais em alimentação. Salvador: EDUFBA, 2020. http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33044
A Reitoria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) divulgou, nesta segunda-feira (7), informe de que a suspensão das atividades presenciais, prevista até 15 de fevereiro, não será prorrogada. Portanto, o retorno está liberado a partir do dia 16, sendo respeitados todos os protocolos de segurança. As aulas seguem os calendários acadêmicos aprovados pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Csepe).
A decisão foi baseada em nota técnica da Pró-reitoria de Saúde (PR-5) da Uerj, que recomendou o retorno após avaliação dos riscos. Segundo a análise, a incidência da infecção pela variante Ômicron do SARS-Cov-2 no município e estado do Rio de Janeiro apresentou comportamento de queda consistente nas últimas duas semanas. Também foram observados os dados sobre a taxa de ocupação em leitos de UTI, de pacientes com Covid-19, que está dentro dos limites de segurança.
03/02/202217:00
Diretoria de Comunicação da UERJ
Um estudo realizado no Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) revelou dados preocupantes sobre o que estamos ingerindo na alimentação diária, além de nutrientes. De acordo com a tese de doutorado da nutricionista Vanessa Montera, quatro em cada cinco alimentos no supermercado possuem pelo menos um aditivo químico entre seus ingredientes. As substâncias são usadas com diversas funções – inclusive apenas para alterar e “maquiar” cheiro, sabor ou textura, sem real necessidade de utilização.
Montera ficou surpresa com os resultados. “Um em cada quatro produtos pesquisados tinha mais do que seis aditivos e chegamos a encontrar um item de panificação com até 35 aditivos alimentares. Já esperávamos uma presença expressiva, mas foi maior do que o previsto”, pontua. Este é o estudo de maior representatividade sobre aditivos alimentares já realizado no Brasil.
“Analisamos quase 10 mil alimentos disponíveis para comercialização em grandes redes de supermercados localizados em São Paulo e em Salvador, em áreas de diferentes níveis socioeconômicos. Além disso, fizemos a avaliação dos vários tipos de aditivos alimentares e da combinação deles nos itens”, ressalta Daniela Canella, professora do Instituto de Nutrição e orientadora da pesquisa.
Os alimentos nos quais foram encontrados os maiores percentuais de aditivos químicos, em relação ao total de ingredientes, foram: bebidas com sabor de frutas (79,7%); refrigerantes (74,5%); açúcar e outros adoçantes não calóricos (60,3%); outras bebidas (57,3%); produtos lácteos não adoçados (51,1%); néctares (49,7%); e produtos lácteos adoçados (45,6%).
A pesquisadora chama a atenção também para a grande quantidade de aditivos em produtos amplamente consumidos na dieta brasileira básica, como pães. E explica que há diferentes tipos dessa substância: alguns aditivos, de fato, têm seu uso justificado, como os conservantes e antioxidantes, com sua função de estender a validade dos produtos para torná-los disponíveis à população em um maior número de locais.
No entanto, grande parte desses químicos constatados nos alimentos é de “aditivos cosméticos” – desnecessários, cuja única função é tornar o produto mais atraente. É o caso dos aromatizantes, que servem para alterar o cheiro dos alimentos; dos corantes; e dos emulsificantes, ajudando a misturar ingredientes e a tornar a textura mais cremosa. No estudo, os aditivos mais presentes nos alimentos analisados foram: aromatizantes (47,1%); conservantes (28,9%); corantes (27,8%); estabilizantes (27,6%); acidificantes (26,3%); emulsificantes (19,4%); e antioxidantes (16,1%).
Montera alerta que não há como precisar se os aditivos estão dentro dos limites considerados seguros para consumo, pois a legislação brasileira exige apenas que os fabricantes indiquem nos rótulos as substâncias presentes nos alimentos, mas não sua quantidade. Ou seja, o consumidor não sabe o quanto ingere de aditivos na comida industrializada. Por isso, a pesquisadora recomenda precaução na hora das compras, pois a maior parte das pesquisas sobre aditivos é feita em animais e conduzida pela própria indústria.
Para verificar a segurança alimentar dessas substâncias, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analisa cada uma isoladamente, sem levar em conta que, no alimento final, diversos aditivos diferentes acabam se misturando e somando: por exemplo, um determinado corante pode estar dentro do limite permitido para esta substância, mas a avaliação não considera a sua interação com outros corantes ou até mesmo com outros tipos de aditivos. “Há uma mescla em um mesmo alimento e não temos segurança quanto à ingestão desse coquetel de aditivos”, explica Montera.
Legislação: o que são aditivos alimentares
De acordo com a Anvisa, “aditivo alimentar é qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento.”
Para Vanessa Montera, a recomendação ao consumidor é evitar os alimentos ultraprocessados e dar preferência aos itens in natura ou minimamente processados. Essa é a forma mais saudável e segura de evitar o consumo excessivo dos aditivos químicos. Por outro lado, com a crescente preocupação, por parte de uma parcela mais abastada da sociedade, com a alimentação, surgem nas prateleiras opções com o uso de aditivos naturais. É o caso dos hambúrgueres de origem vegetal, que comumente utilizam beterraba como corante. Mas essa substituição, muitas vezes, acaba por encarecer o alimento.
Diante deste quadro, Daniela Canella ressalta a importância da pesquisa para traçar o panorama atual sobre a qualidade dos alimentos comercializados no país. “Os resultados são reveladores e muito úteis para informar a população, podendo contribuir para que as pessoas façam escolhas melhores, mais conscientes, além de subsidiar tomadores de decisão, como a Anvisa”, conclui.
Link: https://www.uerj.br/noticia/pesquisa-da-uerj-aponta-aditivos-quimicos-presentes-na-maioria-dos-alimentos-industrializados-no-brasil/
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